Crise leva brasileiros para outlets

0 250

Há mais brasileiros indo aos outlets para tentar economizar na compra de roupas e calçados. A perda de poder de compra e a escalada da inflação dão vigor extra a esses centros comerciais que vendem produtos com descontos, segundo empreendedores e lojistas.

Grandes outlets, administrados ou controlados por grupos como JHSF, Lumine e General Shopping identificaram aumento de tráfego de consumidores. Há planos de antecipar para este ano investimentos previstos para 2016.

“Nossos clientes das classes A e B estão mais criteriosos na hora da compra e a opção do outlet ganhou força. Além disso, a classe de maior renda adiou planos de viagens ao exterior e tenta compensar isso comprando por aqui parte do que iria adquirir lá fora”, diz Christian Vasconcellos, CEO da área de Shopping Center da JHSF, dono do Catarina Fashion Outlet, na rodovia Castello Branco, em São Paulo.

“Não é só uma percepção, é algo real. Lojistas identificaram um aumento neste perfil de cliente afetado pela crise entre os consumidores das lojas”, disse André Costa, diretor da Agência Brasileira de Outlets (About), que planeja e comercializa esses empreendimentos e tem quatro projetos para os próximos dois anos.

A varejista de sapatos CNS verificou um aumento de cerca de 10% nas vendas neste ano, até maio, em cinco outlets onde atua, em relação a 2014. “Já no varejo tradicional, ou seja, nos shoppings, nossa venda está estável”, disse Luiz Flores, diretor e fundador da CNS, com 63 lojas no país. Nos próximos três anos, a marca deve abrir lojas em mais cinco outlets, onde os produtos, de coleções anteriores, são de 30% a 50% mais baratos.

Tradicional gestora de shoppings no país, a Lumine entrou na administração de outlets no ano passado, com o OFF Outlet Fashion Fortaleza, onde tem registrado resultados 20% acima do estimado. “É um mercado ainda sem concorrentes, mesmo nas grandes praças do país, há um ou dois outlets no máximo”, disse o sócio Claudio Nabih Sallum.

Na análise de Alexandre Dias, diretor de relações com varejo da General Shopping, que controla três outlets no país, ” a classe que está no topo da pirâmide não sente efeitos da crise e continua viajando, mas há uma grande massa da classe média que é mais impactada”, afirma. “Como o novo patamar do dólar na faixa de R$ 3 recentemente, esperamos ver daqui para frente um aumento de fluxo”.

A General Shopping é dona do Outlet Premium São Paulo, Brasília e Salvador e está construindo outro empreendimento no Rio de Janeiro. O grupo Iguatemi tem um projeto aprovado para abertura em Florianópolis (SC), e outro na região metropolitana de Belo Horizonte nos próximos anos. Fonte: Valor

Notícias Relacionadas
Deixe um comentário

Seu endereço de email não será publicado.