PIX pode representar 36% do PIB brasileiro em 5 anos

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Para entender quais são os possíveis cenários de crescimento do PIX no Brasil nos próximos cinco anos, a EY, empresa de serviços de Auditoria, Consultoria, Impostos, Estratégia e Transações, elaborou estudo com o objetivo de mostrar como o novo serviço de pagamentos instantâneos, lançado em novembro de 2020 no Brasil, poderá impactar outros meios tradicionais utilizados no país.

O material foi produzido com base em dados históricos de quatro países que passaram pelo mesmo processo de transformação — Suécia, Austrália, Reino Unido e Índia –, tendo como foco a previsão da curva de adoção do PIX e a análise do alcance dos meios de pagamentos instantâneos na comparação com os meios eletrônicos (débito e crédito) e não eletrônicos (saques e cheques).

De acordo com a pesquisa, os dados mostram que os meios não eletrônicos sofrerão maior impacto em decorrência da adoção do PIX nos próximos cinco anos, resultando em queda do volume de saques e cheques e, consequentemente, no de papel moeda em circulação.

No Brasil, a projeção dos possíveis cenários em relação ao PIX nesse mesmo período levou em consideração as tendências comportamentais da população e o histórico de adoção dos pagamentos instantâneos dos quatro países analisados.

No cenário mais conservador, baseado nos dados brutos de Índia, Suécia e Reino Unido, os dados mostram boa presença do PIX no Brasil, mas abaixo dos demais meios de pagamento nos primeiros cinco anos. No cenário moderado (Índia, Suécia e Reino Unido), no qual incorrem as tendências comportamentais dos países, é possível perceber um crescimento acelerado do PIX, mas ainda inferior à modalidade dos pagamentos eletrônicos.

O cenário agressivo (Suécia, Reino Unido e Austrália – este último sendo o país com a implantação mais recente e com maior adesão à modalidade de pagamentos instantâneos) é o que revela a superioridade do PIX em relação a aos meios de pagamento eletrônicos e não eletrônicos a partir do quarto ano de operação.

O estudo também mostra que os consumidores estão fazendo cada vez mais uso dos meios de pagamentos digitais.

Nesse patamar, o PIX poderá alcançar um volume de transações equivalente a 36,3% do PIB brasileiro em 2024, levando em consideração que hoje 87% da população é residente em áreas urbanas, com acesso à internet (71%) e usuária de smartphones (66%), o que pode impulsionar a aceitação pela nova modalidade de pagamento.

Em reais, nos primeiros dois anos o volume de transações da nova modalidade deverá estar entre R$ 230 bilhões e R$ 620 bilhões, podendo atingir R﹩ 4,78 trilhões em cinco anos caso sejam considerados também os demais métodos de pagamento presentes no Brasil (TED, DOC etc).

O estudo também mostra que os consumidores estão fazendo cada vez mais uso dos meios de pagamentos digitais, revelando uma mudança de comportamento acelerada pela pandemia do novo coronavírus.

Somente no primeiro semestre de 2020, as compras feitas pelas plataformas digitais somaram R$ 173,5 bilhões, resultando em crescimento de 18,4% em relação ao mesmo período em 2019, de acordo com informações da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

“O PIX tem características específicas que o diferenciam dos outros meios de pagamento, o que permite que um número maior de pessoas possa aderir ao sistema financeiro, em decorrência da facilidade nas transações, do menor custo e da segurança que ele proporciona a consumidores e empresas”, explica o sócio e líder de Pagamentos da EY, Ivan Habe.

O estudo revela cenários distintos quanto à adoção do PIX nos quatro países analisados. No Reino Unido, mais da metade da população (54%) fazia uso do PIX em 2019, levando 12 anos para chegar a esse patamar, enquanto a Austrália atingiu 30% em apenas três anos, na comparação com outros meios de pagamento.

Os dados apontam, ainda, que esses países apresentaram um pico comum na curva de crescimento do PIX em seu primeiro ano de operação – confirmando a adesão imediata pelo mercado -, passando a uma estabilização nos quatro anos seguintes.

Fonte MoneyTimes
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