Otimista, setor atacadista distribuidor busca eficiência

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Por Rúbia Evangelinellis, especial para o Portal Newtrade 

Otimismo com os pés no chão. Pode-se dizer que a frase reflete a sensação de empresas do setor atacadista e distribuidor frente à perspectiva de retomada da economia, do consumo e a melhoria do ambiente de negócios. A palavra de ordem continua sendo ganho de eficiência, como forma de se fortalecer perante à concorrência e ao consumidor mais exigente na hora de escolher o que e onde comprar.

Emerson Destro, presidente da ABAD, entende que as empresas devem permanecer alinhadas à corrente do fazer acontecer, baseada em medidas assertivas para alcançar o ciclo virtuoso da economia. Entre as ações esperadas do poder público estão reforma da previdência, ajuste fiscal e recursos destinados à infraestrutura.

Neste contexto, considera importante que o setor privado fortaleça o movimento, concretizando planos de investimentos engavetados e abrindo vagas de trabalho. “Acredito que somente a geração de emprego e renda vai elevar a economia. E não podemos nos iludir ao pensar que em dois ou três meses teremos um País diferente”, destaca.

Destro acredita, porém, que 2019 será melhor quando comparado com os últimos anos, marcados pela forte retração do consumo: “Há, de fato, um consumo reprimido, de pessoas com capacidade de compra que antes preferiram poupar como medida de proteção, e agora já começam a gastar um pouco mais, a trocar seu carro. Janeiro já foi um bom mês de vendas. Mas acredito que vamos ver índices mais positivos no último trimestre ou no fim de ano.”

O empresário Juliano Fasouto crê na capacidade da equipe do governo Bolsonaro, embora entenda que ainda não foram feitas propostas consistentes. Na sua empresa mantém a estratégia de “apertar parafusos” para torna-la mais competitiva, uma vez que ainda não consegue visualizar 2019 como o ano da grande virada. “Creio que é o momento de olhar mais para dentro do negócio e não se deixar contaminar pela esperança em um momento em que ainda é preciso fazer ajustes para ganhar eficiência e adotar um modelo mais simples de negócio”.

O olhar para dentro de casa, segundo informou, é importante para fazer frente a concorrentes que têm como diferencial a prática de preços baixos e, agora, avançam no mercado, fincando suas bandeiras em diversas regiões. “Somos uma empresa média/pequena, em um Estado pequeno, e precisamos ajustar nossas velas para usufruir do vento, em sua plenitude”, diz. O grupo Fasouto atua no Estado de Sergipe, com atacado distribuidor (com 2.500 clientes, 2 mil itens e representando de 15 a 20 fornecedores) e cinco unidades do Lojão Fasouto que atende de 10 a 12 mil pequenos transformadores e outros clientes e com um sortimento de cerca de 12 mil itens. Tendo como mira o ganho de eficiência, a empresa está unificando a operação de centro de distribuição, em Nossa Senhora do Socorro, cidade vizinha a Aracaju. “A nova unidade terá 18 mil metros quadrados (9 mil de área construída) será moderna e bem equipada, completa. Estará apta a prestar serviço para a nossa empresa e para terceiros. Queremos cortar em 30% os custos logísticos com o novo CD, que deve ser inaugurado em junho”.

No Rio de Janeiro, a empresa Rio Quality, com 97% do negócio focado em foodservice, conseguiu encerrar 2018 com crescimento 16,5%, muito além do mercado. O resultado é fruto de adequação de mix, da expansão da base de clientes, redução de custos e de demais inciativas adotadas para evitar prejuízo. Marcello Marinho, diretor da empresa, explica que a crise no setor público do Rio, onde há um grande número de funcionalismo público, somada a violência, são dois agravantes para o setor. “Entendo que fazendo o ajuste fiscal e resolvendo a questão de violência, será possível ter a retomada do setor”, lembrando que a empresa ganhou eficiência e está pronta para crescer mais.

Em 2019, Marcello Marinho espera “pelo menos” repetir o patamar de evolução de 2018. E para isso espera o avanço das reformas (da Previdência, trabalhista, tributária e fiscal), a melhoria da segurança pública e a eliminação (ou redução) das amarras burocráticas do ambiente de negócios. Ele também é favorável a abertura comercial, estimulando a livre concorrência. Atualmente, a Rio Quality possui 8.500 clientes.

Confira a reportagem completa na edição deste mês da Revista Distribuição.

 

 

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