Fintechs facilitam o acesso do consumidor a novos serviços financeiros

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As fintechs, empresas com plataformas tecnológicas que oferecem serviços financeiros, estão tomando a dianteira nessa empreitada. Uma delas, a PagBrasil, de Porto Alegre, acaba de lançar um produto que permite a qualquer consumidor, mesmo sem conta corrente ou cartão de crédito, fazer suas compras pela internet e quitá-las com dinheiro vivo.

Não faz muito tempo, para adquirir um produto pelo comércio eletrônico era preciso informar o número do cartão de crédito, ou gerar um código de barras para usá-lo nos serviços de internetbanking ou, ainda, possuir uma impressora em casa para obter o boleto de pagamento.

Processos que de algum modo exigem uma certa condição financeira porque implicam custos. Isso impediu que muita gente tivesse acesso às compras pelo e-commerce, especialmente, as pessoas de renda mais baixa. Basta dizer que, pelos dados recentes do IBGE, hoje no País há mais de 60 milhões de brasileiros sem conta em banco, cartão de crédito ou débito.

Ao mesmo tempo, levantamentos do próprio IBGE mostram que essas pessoas, mesmo fora do setor financeiro, podem ser alcançadas pela internet: existem aqui nada menos do que 150 milhões de internautas em um total de 209 milhões de habitantes. Considerando esse cenário e esse potencial, a PagBrasil desenvolveu, o PEC Flash, que vai mais longe na democratização dos serviços.

Ao finalizar a sua compra e optar por esse sistema de pagamento, o consumidor receberá um código. Com esse código e um documento pessoal de identificação, o CPF, ele poderá efetuar o pagamento em moeda física, em qualquer casa lotérica ou na rede da Caixa Econômica Federal.

Ralph Gemer, co-fundador e co-CEO da empresa, explica que o produto começou a ser desenvolvido em 2015, com o objetivo de oferecer uma modalidade fácil e acessível de pagamento, como opção para o consumidor com acesso à internet, mas fora do sistema bancário, ou simplesmente para aquele que não quer comprometer o limite do seu cartão de crédito. “Qualquer pessoa poderá comprar pela internet, inclusive produtos importados, e pagar em dinheiro”.

Outra característica relevante do PEC Flash é a rapidez com que a transação é finalizada com o lojista, ressalta Alex Hoffmann, também co-fundador e co-CEO da fintech, que é líder em processamento de pagamentos para e-commerce em nível mundial. “ Costumamos dizer que o dinheiro chega ao comerciante antes mesmo do consumidor chegar em casa, porque o crédito é feito em cerca de cinco minutos depois da operação”. Dessa forma, o consumidor também é beneficiado, porque logo após a confirmação de pagamento, o produto pode ser liberado.

Mais acessos

Também é possível comprar pela internet com os cartões pré-pagos. Nesse caso, é preciso adquirir um cartão e carregá-lo com uma determinada quantia para ir pagando as despesas, feitas online ou em lojas físicas.

Na Brasil Pré-pagos (BPP), esse cartão custa R$ 19,90 e há uma taxa de R$ 3,90 para cada recarga. E para comprar um desses, não é preciso ter conta corrente, comprovar renda ou residência, nem ter o nome limpo, mas apenas informar o número do CPF e confirmar outros dados. Os gastos podem ser feitos em qualquer estabelecimento, nacional ou internacional, que aceite a bandeira Visa.

É possível carregá-lo com seis moedas estrangeiras para pagamento de despesas ou saques no Exterior (BPP Travel Money), escolhendo entre dólar americano, australiano, canadense e neozelandês, euro e libra esterlina.

A fintech, dentro de sua área de atuação na emissão de cartões pré-pagos, foi a primeira a integrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro, recebendo o código 301. Com isso, foi ampliado o leque de serviços da empresa: “Os nossos clientes passarão a ter uma conta bancária na BPP e, além da possibilidade de transferir dinheiro entre contas da BPP, será possível a transferência para contas de outras instituições”, afirma o presidente da BPP, Alexandre Ferrari. O custo para fazer uma TED é mais baixo do que nos grandes bancos e está em R$ 4,00.

São novas opções de serviços financeiros que estão à disposição do consumidor, que devem e precisam ser conhecidas e avaliadas.

Fonte Estadão
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