Por Jean Paul Rebetez
Que o varejo passa por uma grande transformação isso ninguém duvida!
Que essa mudança passa pela Omnicanalidade, design estratégico, atendimento especializado, prestação de serviços, propósito, sustentabilidade e transparência tão pouco parece novo. Um aspecto dessa transformação, porém, chama muito atenção e geralmente não é citado: o contexto.
O contexto onde o consumidor, principal agente dessa transformação, atua como força fundamental para que ela aconteça, apoiado em três novas formas de comportamento:
Com certeza os avanços tencnológicos que possibilitam as três forças acima a serem utilizadas pelo consumidor aceleram aquilo que sempre foram características de nós humanos: curiosidade pelo novo, evolução e a busca constante por prazeres mais imediatos.
Nesse sentido, como não poderia ser diferente, o varejo começa a se transformar, por entender mais e mais a percepção do consumidor.
1 – Intolerância ao tempo de espera
O consumidor não está mais disposto a se deslocar por longos trajetos para obter o que busca, tão pouco lida bem com entregas demoradas das compras realizadas no online. Vale a prerrogativa do imediato, rápido e conveniente. Na época dos nossos pais, talvez deslocar-se 5,8 km para ir ao shopping center ou mesmo a um hipermercado fizesse algum sentido… Hoje não faz mais.
Queremos ter nossas necessidades/desejos atendidos ali, bem rápido, conveniente e agradavelmente.
As lojas de proximidade no setor de varejo alimentar comprovam isso. Podemos citar exemplos mais distantes desse movimento, como a própria Target ou Nordtrom, que pulverizam suas operações, ao mesmo tempo que as tornam mais compactas e eficientes.
Outro ótimo exemplo brasileiro dessa percepção do varejo, em relação aos novos hábitos de consumo, vem da Via Varejo, que lança no mercado dois novos modelos de operação: um compacto e eficiente (Smart) e outro que amplia a utilização de tecnologia e explora corredores comerciais até então não pensados para suas operações tradicionais (Digital®).
Muitas lojas estão revendo os seus formatos, antes grandes ou até mesmo gigantes, para lojas menores, próximas aos locais onde o consumidor trabalha, estuda, mora e passeia. Qual o seu formato?
2 – Entretenimento e diversão sempre que possível
Além da questão do limite zero para espera, por parte de nós consumidores, agora buscamos entretenimento, experiência, leveza, que ampliem o nosso conhecimento do que estamos adquirindo e que não se restringem a quem compra, mas também a quem vende!
Sim, vender deve ser um ato divertido e que proporcione interação e troca com o outro. Nessa ‘nova’ loja o processo de compra deve ser fácial, ágil e repleto de experiência para quem compra, como deliciosamente fácil de atender e vender.
3 – Conectados- empoderados
Conectados e empoderados os consumidores já estão, agora é a vez das lojas inteligentes estarem conectadas, capazes de atender em espaços enxutos, apresentar produtos e soluções para seus clientes – digitalmente ou não – e um sortimento quase infinito de possibilidades com a cauda longa.
Isso tudo nos expõe a obsolescência dos nossos grandes espaços, muitas vezes mal preenchidos e pouco relevantes. Essa nova loja não desperdiça metro quadrado e maximiza cada centímetro com conexão, AI, VR, IA e design estratégico.
Os últimos números que estamos checando dessas lojas inteligentes demonstram que certas categorias vendem somente com esses recursos, sem contar necessariamente com a presença dos produtos!
“O varejo do futuro – 2020 – é compacto, rico em tecnologias com muita diversão.”