Lojistas estimam 52,5 milhões de inadimplentes em março

Cerca de 52,5 milhões de brasileiros estavam inadimplentes no final de março, segundo estimativa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em conjunto com o SPC Brasil, divulgada hoje. No mês anterior, eram 52 milhões de pessoas.

 Pela nova metodologia apresentada pelas entidades, a taxa de inadimplência engloba dívidas com todos os setores da economia, abrangendo o comércio, o sistema bancário, com empresas de telefonia, água, luz, esgoto, gás e setor de serviços, além de bancos e seguradoras, entre outros.

“A inadimplência brasileira é mais alta do que muitos países. Do que os países desenvolvidos, com certeza. Temos mais de um quarto [25%] da população brasileira inadimplente. Quase 37% dos adultos brasileiros estão inadimplentes”, avaliou a economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues.

Em março, ainda de acordo com as entidades, a taxa de pessoas inadimplentes cresceu 6,58% em março, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Trata-se da segunda maior alta já registrada para meses de março desde o início da série histórica da entidade, em janeiro de 2011.

Para todo este ano, a expectativa do SPC Brasil é de uma alta na taxa de consumidores inadimplentes de 4% a 5%. “Os juros estão subindo mais do que a gente esperava. Todo o cenário está menos favorável, mas não é um cenário catastrófico”, disse Luiza Rodrigues.

Alta dos juros básicos e encarecimento do crédito

De acordo com os ecnomistas da CNDL e do SPC Brasil, a inadimplência do consumidor vem acelerando desde o segundo semestre de 2013 – coincidindo com o processo de alta de juros básicos da economia e, consequentemente, com o encarecimento de crédito ao consumidor.

Na avaliação de Luiza Rodrigues, o resultado de março reflete o atual cenário econômico de desaquecimento da economia brasileria e de alta dos juros básicos, o que aumenta a dificuldade das famílias em honrar seus compromissos.

“As dívidas vencidas em dezembro e janeiro ainda não foram pagas, o que explica o forte aumento do número de compromissos em atraso vencidos entre 31 e 90 dias. Isso sem mencionar o comprometimento do orçamento familiar com pagamentos de despesas típicas de início de ano, como IPTU e IPVA”, acrescentou a economista do SPC Brasil.

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