A falta da confiança da população brasileira na melhoria do ambiente econômico em um espaço de curto e de médio prazo são dois dos principais desafios que as empresas varejistas têm de ultrapassar. A opinião é de Marcos Gouvêa de Souza, diretor geral da GS&MD, um dos maiores especialistas em comércio varejista do Brasil.
“O maior desafio para essas companhias é o de manter os negócios e manter os empregos das pessoas, em um quadro em que o consumidor está com falta de expectativa de melhoria do quadro econômico a curto prazo e sem confiança para o futuro”, diz.
Para ele, o mercado de consumo, que nos últimos tempos foi um dos motores da economia brasileira, crescendo em altas taxas, perdeu fôlego e deve apresentar índices menores de crescimento quando a economia assim o permitir. Isso acontece devido a uma maior concorrência por parte das empresas e por causa das mudanças no ambiente global.
“Nos últimos 15 anos, o varejo cresceu muito e, a partir de agora, as taxas devem ser menores, até porque o mercado macroeconômico é diferente e o ambiente global é diferente. O setor de shoppings centers, por exemplo, tem de repensar a sua realidade com esse quadro que não vai mudar, além do ambiente político e institucional. No médio e no longo prazo se terá uma retomada de crescimento, mesmo assim, em índices baixos, bem menores e com um acirramento da competitividade muito grande. Se tem uma oferta de atuantes que ficou maior para um tamanho de mercado que é menor”, afirma.
No dia 19 de março, sábado, o especialista, esteve com mais 300 empresários do comércio no Fórum Nacional do Varejo, Consumo e Shopping Centers, no Hotel Sofitel Jequitimar, no Guarujá, São Paulo, debatendo os principais aspectos que podem contribuir para que o segmento seja um agente importante na reconstrução do País. O evento foi promovido pelo LIDE, Grupo de Líderes Empresariais e curadoria do LIDE Comércio, presidido por Marcos Gouvêa de Souza.
“A crise cria um ambiente favorável para que as empresas falem de uma maneira mais integrada e vejam qual é o seu papel daqui para a frente. Assim, o comércio, que sempre está próximo do consumidor, que é cidadão, tem de ser um interlocutor cada vez mais atento dos desejos desse cliente e transformar isso em novos canais e formatos de vendas para ele, que traduza as suas vontades e os seus anseios”, diz Gouvêa de Souza.