Camil traz café União de volta as prateleiras

A empresa prevê que a marca deve acrescentar aproximadamente R$ 1,5 bilhão anualmente ao faturamento da Camil

A Camil Alimentos deu mais um passo para consolidar sua atuação no mercado de café. A fabricante de alimentos relança nesta sexta-feira, 6, o café União — marca homônima de seu açúcar. Desde o último mês o produto está sendo comercializado na rede varejista de São Paulo e do Rio de Janeiro, conta o diretor presidente da companhia, Luciano Quartiero.

“No último semestre, avançamos em café com aquisições e o relançamento do União – marca que foi líder há 20 anos com cerca de 15% de participação no mercado. Um dos nossos objetivos é recuperar a liderança da marca”, diz em entrevista ao Broadcast Agro. “Conquistar espaço será uma briga, mas estamos preparados”, acrescenta, sem dar prazos.

A companhia está investindo R$ 20 milhões na expansão da capacidade de produção da fábrica de Varginha (MG), onde o café é empacotado e distribuído. É da região que provém a maior parte da matéria-prima. O aporte servirá para ampliação de capacidade produtiva de 3 mil toneladas por mês para 5 mil toneladas por mês. A expansão deve ser concluída em cinco meses. A fábrica tem potencial para chegar ao total de 12 mil toneladas por mês, produção que vai depender dos volumes vendidos.

Buscando a liberança do mercado, o plano da companhia é investir R$ 250 milhões em seu “projeto café”. O montante inclui os valores já aportados na compra de máquinas, adequação da planta fabril, nas aquisições do café Seleto da JDE, do controle do Café Bom Dia e da Agro Coffee e inclui também a verba que será aplicada na expansão do União, tanto em publicidade/marketing quanto na área industrial. A empresa informou ainda que o investimento no café independe dos preços da commodities e que o relançamento do café União é um movimento estratégico.

“Gostaríamos de operar na categoria com as margens que a indústria opera e, historicamente, a indústria de café opera com margens melhores que as outras categorias do portfólio. Além disso, por sermos indústria, há diluição de custos, o que permite operar na categoria com investimento pequeno e margem importante”, afirmou o diretor financeiro e de relações com investidores da Camil, Flávio Vargas.

 

Expansão
A expansão geográfica da marca também está nos planos da Camil, hoje concentrada em São Paulo e no Rio de Janeiro. Contudo, novos destinos e os próximos esforços de capilarização — ou até mesmo ampliar participação nestes mercados — serão definidos conforme o desempenho das vendas. A ideia é usar a malha de distribuição de outras marcas da fabricante. A empresa ainda tem preocupações em relação à sua capacidade produtiva e, por isso, terá uma expansão gradual, em etapas, para evitar o desabastecimento dos produtos no varejo.

Após consolidação no mercado e conclusão da expansão da marca, o café União deve acrescentar aproximadamente R$ 1,5 bilhão anualmente ao faturamento da Camil — de R$ 9,8 bilhões nos últimos 12 meses encerrados no terceiro trimestre do ano fiscal de 2021, encerrado em novembro do ano passado. “Após a primeira fase de expansão da planta para capacidade produtiva de 5 mil toneladas por mês, considerando os preços atuais do café, vemos potencial de atingir R$ 1 bilhão de faturamento por ano”, afirmou o CEO.

O café União soma-se às demais marcas de café da companhia – Seleto, Bom Dia e Sul de Minas, já totalmente integradas à companhia —, como um produto tradicional e considerado pertencente à linha premium. O objetivo da empresa é possuir uma marca para cada uma das principais categorias de “alto giro” do mercado, de acordo com tíquete médio: produto de entrada, intermediário e premium, com o objetivo de atender todas as faixas de consumo.

 

Diversificação
O relançamento do café União, assim como a entrada no segmento desde o ano passado, integram a estratégia da Camil de ser uma multinacional de alimentos.

Ao longo do último ano, a companhia vem aumentando seu investimento na entrada em novos setores, diversificando a operação e ampliando sua atuação no exterior. Em café, a Camil mantém apetite por novos negócios no mercado local e no exterior, e não descarta aquisições de outras empresas.

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