Apesar dos números em queda do setor automotivo, sinais de melhora na confiança do consumidor, alta intenção de compra e uma frota envelhecida esboçam possibilidade de melhora para a indústria. De acordo com dados de Ipsos, 42% dos entrevistados proprietários de veículos com até cinco anos de uso têm a intenção de trocar seu carro nos próximos dois anos.
O percentual de intenção varia entre os que querem comprar no curto e no médio prazo: 60% desejam fazê-lo em no máximo 12 meses e 22% pretendem trocar de veículo nos próximos seis meses. Os dados foram apresentados na manhã desta terça-feira (18) no Congresso Perspectivas 2017, realizado pela Autodata. O evento discutiu as principais questões do mercado automotivo e as perspectivas para o setor.
Além da intenção de compra, em 2016, houve um aumento no mercado de 5,3 milhões de carros com cinco a nove anos de uso, abrindo uma janela de troca que pode beneficiar a indústria. “O ano de 2012 foi o auge da indústria automotiva e os veículos que invadiram o mercado estão ficando envelhecidos – completam agora quatro anos de uso, chegando, portanto, ao momento em que a maioria dos proprietários costuma fazer a substituição.
Nem todos os proprietários desses carros irão fazer a troca por automóveis zero Km, mas há uma janela propícia para a troca. Isso sugere um cenário mais promissor para 2017”, avalia Rogério Monteiro, diretor-geral da Ipsos Loyalty no Brasil, responsável por estudos automotivos.
Somado aos fatores de intenção e volume de carros usados nas ruas, há sinais de melhora na confiança do consumidor. De acordo com o INC (Índice Nacional de Confiança), produzido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) em parceria com a Ipsos, o índice registrou 79 pontos em setembro. O valor ainda está no campo negativo (abaixo dos 100 pontos), mas é distante da mínima de 64 pontos registrados em abril, o menor resultado desde 2005.
“Há correlação direta entre confiança do consumidor, intenção de compra e número de novos licenciamentos de veículos. Vimos que houve alento na confiança do consumidor. Ela precisa continuar em ascensão para haver mudança no cenário automotivo”, enfatiza Monteiro.