Sim, a maioria das pessoas usa a expressão “país em desenvolvimento”. O termo pode ser usado para se referir a nações como Brasil, Argentina, Chile, China, Índia… A lista é longa. Mas Bill Gates acaba de levantar um contraponto. Segundo ele, não deveríamos usar essas palavras. “Qualquer categoria que coloca a China e a República Democrática do Congo juntos é muito ampla para ser útil. Mas eu continuei usando ‘desenvolvido’ e ‘em desenvolvimento’, porque não havia nenhum termo mais preciso e fácil de entender – até agora”, escreveu ele, em seu blog.
O bilionário conta que leu recentemente um livro de Hans Rosling chamado Factfulness: Ten Reasons We’re Wrong About the World—and Why Things Are Better Than You Think (em tradução livre, “Dez razões que mostram que estamos errados sobre o mundo – e por que as coisas são melhores do que pensamos”). A obra mostra uma outra forma de olhar para o mundo. E propõe quatro grupos de renda para classificar os países — do nível 1 ao 4, indo do mais pobre ao mais rico.
“Para mim, isso foi uma ruptura”, diz Gates. E por que isso importa? Segundo o fundador da Microsoft, porque é difícil promover o progresso se você divide o mundo entre os países ricos e os países pobres. “Quando você tem apenas essas duas opções, é mais fácil pensar que qualquer um que não tem certa qualidade de vida é ‘pobre’.”
É como se você estivesse no topo de um arranha-céu e olhasse para uma cidade. Todos os outros prédios vão parecer baixos. “A vida é significativamente melhor para as pessoas que estão no nível 2 do que para quem está no nível 1, mas é difícil que as pessoas no nível 4 vejam isso”, diz Gates.
Segundo o bilionário, o livro mostra dez instintos que nos levam a ver não ver o mundo da forma como ele é. Para cada um, Rosling dá conselhos práticos sobre como superar esse preconceito. “Hans argumenta que esses instintos dificultam ver as coisas em perspectiva”, afirma.