Vendas do varejo sobem 0,3% em março ante fevereiro, aponta IBGE

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Depois de registrarem queda no mês anterior, as vendas do comércio varejista subiram 0,3% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta sexta-feira, 11, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado coincidiu com a mediana das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,50% a avanço de 1,50% (mediana positiva em 0,30%).

Varejo restrito

Na comparação com março de 2017, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 6,5%. Nesse confronto, as projeções iam de uma expansão de 3,90% a 7,40%, com mediana positiva de 6,20%. As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 3,8% no ano. No acumulado em 12 meses, houve avanço de 3,7%.

Segundo a gerente da pesquisa do IBGE, Isabella Nunes Pereira, pesa para uma aceleração menor o grande número de desempregados, que segundo a Pnad Contínua de março, chegava a 13,7 milhões de pessoas, e a redução dos empregos com carteira assinada. “Os empregos formais preservam ao trabalhador o acesso ao financiamento, ou seja, o acesso ao crédito para a compra de móveis e eletrodomésticos”, explicou por meio de nota.

Na série trimestral com ajuste sazonal, as vendas no varejo cresceram 0,7% no primeiro trimestre ante o quarto trimestre de 2017. O resultado veio acima da mediana das estimativas (0,50%) e dentro do intervalo de previsões (-0,80% a 1,10%) dos analistas ouvidos.

O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista restrito subiu 0,3 % em março. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o índice de média móvel trimestral das vendas cresceu 0,4% em março.

Ampliado. No varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas subiram 1,1% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. O resultado veio acima da mediana das estimativas dos analistas, que esperavam desde um recuo de 0,10% a um avanço de 2,90%, com mediana positiva de 0,85%.

Na comparação com março de 2017, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta de 7,8% em março de 2018. Nesse confronto, as projeções variavam de uma expansão de 5,40% a 10,00%, com mediana positiva de 7,10%. As vendas do comércio varejista ampliado acumularam alta de 6,6% no ano. Em 12 meses, o resultado foi de avanço de 6,2%.

Na série trimestral com ajuste sazonal, as vendas no varejo ampliado subiram 1,0% no primeiro trimestre ante o quarto trimestre de 2017. As expectativas iam de baixa de 1,00% a aumento de 2,00%, com mediana positiva em 0,85%.

Segmentos. As vendas do varejo de março ante fevereiro subiram em cinco das oito atividades pesquisadas pelo IBGE. A maior alta nas vendas foi observada nas vendas de combustíveis e lubrificantes, que avançaram 1,4%.

Também cresceram as vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,1%), tecidos, vestuário e calçados e outros artigos de uso pessoal e doméstico (ambos com 0,7%), enquanto o setor de móveis e eletrodomésticos (0,1%) praticamente repetiu o patamar de vendas de fevereiro 2018.

Dentro do varejo ampliado, a venda de veículos subiu 2,9% em março ante fevereiro. Na contramão, as vendas dos supermercados caíram 1,1% ante fevereiro. No entanto, em relação a março de 2017, as vendas nos supermercados saltaram 12,3%.

Esse movimento, que influenciou na alta de 6,5% nas vendas do varejo restrito em relação a março de 2017, foi marcado pela Páscoa. Em 2018, o feriado ocorreu em março, enquanto, no ano passado, foi em abril. Segundo o IBGE, a alta de 12,3% nas vendas de supermercados é a maior desde março de 2012. Já a alta de 6,5% no varejo restrito é a maior nessa base de comparação desde abril de 2014, quando a alta foi de 6,7%.

Isabella Nunes lembrou que a Páscoa cria demanda não só por chocolate, mas também por pescados e azeites. Com tratamento estatístico para retirar o efeito calendário, as vendas do varejo teriam crescido 3,1% em março ante março de 2017, informou Isabella. “Carregamento é importante, mas não define tudo. Tem uma recuperação em curso”, afirmou Isabella, lembrando que, em abril, o efeito estatístico tenderá a ser negativo.

Revisão. O IBGE revisou o resultado das vendas no varejo em janeiro ante dezembro de 2017, de uma alta de 0,8% para uma elevação de 0,9%. O resultado de dezembro ante novembro também foi revisado, de queda de 0,6% para uma de 0,5%.

A variação das vendas no varejo de fevereiro ante fevereiro de 2017 passou de 1,3% para uma alta de 1,5%. No ampliado, houve revisão no resultado de fevereiro ante janeiro, de um recuo de 0,1% para alta 0,1%. A taxa de janeiro ante dezembro de 2017 passou da estabilidade para alta de 0,1%.

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