Posturas erradas travam crescimento profissional

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Por ser um microcosmo da vida, o ambiente de trabalho é palco dos mais variados “pecados” de natureza humana. Mas cometê-los em um local onde se está em constante avaliação pode trazer consequências mais graves e, inclusive, comprometer uma trajetória profissional.

Competição excessiva, isolamento, reclamações constantes, atrasos e desorganização são apenas alguns dos comportamentos nocivos à carreira.

Especialistas aconselham o cultivo de um posicionamento crítico a respeito de si mesmo, além de pedidos de feedbacks. Assim, diz Elaine Saad, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), é possível ter uma ideia da imagem transmitida.
Constatada a falha, é preciso agir para corrigi-la. O primeiro passo é tomada de consciência. O segundo é mudar pequenos comportamentos que acarretam no equívoco. E, por fim, manter a nova postura. Esse é o ponto mais difícil, porém mais efetivo na mudança.

Elaine lembra não ser possível determinar um conjunto de condutas reprováveis, porque o julgamento varia conforme a cultura organizacional. Há empresas que estimulam a competição, por exemplo, mas esperam que seus funcionários sejam capazes de trabalhar bem em grupo.

Outras valorizam o profissional que se mantém conectado o tempo inteiro. “Mas presto consultoria para grupos em que isso é reprovável, sobretudo em reuniões.”

Para a consultora empresarial e coach Regina Nogueira, o autoconhecimento é a melhor ferramenta para evitar comportamentos indesejados. “Quando me conheço e tomo consciência dos efeitos dos meus atos, sei em que ele implica para os demais.”
Comportamentos nocivos para o dia a dia corporativo não partem apenas dos colaboradores. Companhias e mesmo líderes podem ter posturas equivocadas diante de determinadas situações. A consequência é óbvia: um time desmotivado e que pode perder colaboradores a qualquer momento. Fátima Motta, professora de gestão de carreiras da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), expôs alguns erros cometidos pelos líderes.

Liderança que não é baseada em propósito e valores. “Sem valores fica difícil conduzir uma equipe e conseguir resultados. O colaborador que trabalha sem sentido, nunca vai dar o seu melhor para a empresa.”

Não sustentar uma ação ou decisão tomada. “Todos trabalham exaustivamente para que o que foi proposto aconteça e o líder trata o descarte de ideias de uma forma muito fácil. As ações precisam ser sustentadas. Mais uma vez, esse comportamento é de quem conduz o trabalho motivado apenas pelos resultados.”

Dificuldade em ter conversas difíceis. “As conversas difíceis não ocorrem porque muitos querem evitar o conflito, e isso é uma coisa muito ruim. Existem formas de falar e técnicas para cuidar desse tema.”

DEZ COMPORTAMENTOS PARA EVITAR NO TRABALHO

1 – Ser centralizador

Não delegar ou compartilhar responsabilidades.
Como resolver
Confiar na equipe e distribuir funções de acordo com as habilidades de cada um.

2 – Reclamar demais

Colaboradores que reclamam criam uma imagem negativa. O comportamento afasta o mercado externo, fornecedores e os pares, mostrando desinteresse.
Como resolver
Em situações difíceis, a saída é agir. Identificar o problema e minimizá-lo mostra colaboração e cooperação com os pares e a empresa.

3 – Ser competitivo em excesso

Esse comportamento é delicado, pois muitas vezes é acompanhado de agressividade ou mesmo ironia. Colaboradores que agem assim podem ter prejuízo na produtividade.
Como resolver
É preciso estar alinhado com os valores da empresa. Alguns setores fomentam a competitividade saudável, sem causar pressão ou conflitos.

4 – Se atrasar constantemente

Demonstra falta de respeito, falta de capacidade em trabalhar em time e passa ao líder a falta do sentimento de pertencimento do colaborador.
Como resolver
A responsabilidade é uma das principais características procuradas pelas companhias no momento da contratação. Programe seu dia com antecedência e cumpra as tarefas de sua alçada.

5 – Não se comprometer

Pode acontecer por não estar contente com o atual posto ou por ser parte da natureza da pessoa, que evita envolvimento com causas ou colegas.
Como resolver
Em casos pontuais, o ideal é conversar com o gestor e sentir o feedback. Para quem não gosta de se vincular, saber como se é percebido pelo chefe e pares ajuda na mudança.

6 – Ser acomodado

Estacionar na carreira, fazer a mesma coisa por anos e não ter ou demonstrar ambição por novos desafios, projetos ou cargos. Falta de curiosidade e entusiasmo são sintomas
Como resolver
Descobrir se é um problema pontual, causado por insatisfação com o trabalho do momento, ou se é recorrente. O ideal é empenhar-se na busca por novidades e coisas que despertem o interesse.

7 – Descontrole emocional

Pessoas que, expostas a determinadas situações, reagem de maneira desproporcional, de forma rude: xingam, gritam e desrespeitam colegas. Arrepender-se em seguida é comum.
Como resolver
Avaliar e planejar a comunicação antes de agir. Ouvir feedbacks de funcionários ou colegas é importante para saber que imagem que passa.

8 – Não se posicionar

Perder, em reuniões abertas ou fechadas, a oportunidade de se expressar e mostrar como pode ser útil e criativo para o time, seja nas coisas simples ou novos projetos afasta a pessoa de oportunidades de crescimento.
Como resolver
Repensar o marketing pessoal e fazer uma autoavaliação: como posso ser útil? O que tenho para entregar? Por que não estou compartilhando?

9 – Ser desorganizado

O mínimo de organização é necessário para não invadir ou atrapalhar o espaço físico ou planejamento alheios. A desorganização pode pesar contra a pessoa.
Como resolver
Primeiro, perguntar se o comportamento está incomodando os demais. Depois, começar por coisas pontuais, como a mesa, e estender para as obrigações do cotidiano.

10 – Isolar-se

Não se trata apenas de não conseguir trabalhar bem em grupo, mas de uma extrema dificuldade para se conectar, criar alianças ou manter relações com os colegas de trabalho. Também pode afastar de oportunidades.
Como resolver
Conectar-se às pessoas de maneira própria. Não se espelhar no integrante mais extrovertido da equipe, porque quem tem dificuldade dificilmente chegará ao mesmo nível de sociabilidade.

Fonte Estadão
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