Supermercados gaúchos são proibidos de vender produtos não essenciais

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A proibição de vendas de produtos não essenciais nos supermercados do Rio Grande do Sul desde ontem, segunda-feira (8),  gerou dúvidas nas empresas do setor. Segundo a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), foi solicitada às lojas a interrupção do comércio de eletroeletrônicos, brinquedos e têxteis. No entanto, a entidade afirma que não há definição de quais outras categorias são consideradas essenciais e ou não essenciais.

No decreto nº 55.782, publicado na noite de sexta-feira (5), o governo do Estado destaca que são considerados essenciais os bens relacionados à alimentação, à saúde e à higiene da população. No entanto, o texto não especifica quais itens pertencem a cada categoria.
“Uma vela, para quem tem energia em casa, não é essencial. Mas para quem vive no escuro, é fundamental até para manter as pessoas desta família em casa. Um caixa de fósforos é essencial para quem não tem fogão com acendimento automático; baldes, panos e borrifadores plásticos podem ser essenciais para contribuir com a higienização e sanitização dos espaços, tão importantes neste momento; potes plásticos, em um momento em que as pessoas devem evitar a recorrência de visitas aos supermercados, são fundamentais para armazenar e estocar alimentos; e neste sentido poderíamos apresentar outras centenas de exemplos”, destacou o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, em nota.

Segundo a Agas, o setor de bazar representa 2% do faturamento dos supermercados e não deve gerar problemas ao ter vendas proibidas. Entretanto, a entidade lembra que esses produtos ocupam 9% da área de vendas por seu volume, e muitos supermercados não têm espaço no estoque para retirar estes itens das gôndolas. A Agas solicita essas áreas devem ser vedadas para impedir o acesso dos clientes com fitas, faixas e avisos.

A entidade questiona também sobre a venda de flores, que em função do Dia da Mulher na segunda-feira (8) teve reforço nos supermercados. “Estamos abastecidos de flores para o Dia da Mulher. Seria importante iniciarmos a proibição da venda deste produto dia 9/3, evitando desperdícios e até possíveis aglomerações de pessoas nas áreas de dejeto dessas flores, caso elas sejam descartadas”, diz Longo.

No sábado (06) , alguns supermercados já estavam com as gôndolas de itens não essenciais cobertas por lonas. Segundo o governo do Estado, os produtos podem ficar nas gôndolas, desde que estejam cobertos, não dando alcance aos consumidores.

O governo do Estado emitiu nota esclarecendo que bebidas, tanto alcóolicas como não alcóolicas, fazem parte dos produtos de alimentação e, portanto, são consideradas itens essenciais, com permissão para comércio. O governador Eduardo Leite criticou, em publicação em redes sociais, a circulação de falsas informações de que a venda de bebidas estava proibida. Além disso, o governo também lembra que o comércio de itens não essenciais está permitido na modade de tele-entrega, mesmo na bandeira preta.
Na sua conta no Twitter, o governador falou sobre a medida.

Itens não essenciais podem ser comercializados por tele-entrega. As medidas são restritivas para as vendas presenciais, com foco na redução da circulação e da permanência em ambientes como os supermercados.

Longo afirma que o setor de supermercados é um “aliado do governo do Estado e do povo gaúcho” no combate à pandemia. “Estamos abertos ao diálogo e a ceder tanto quanto necessário, mas permitimo-nos contribuir com a visão de quem vive o dia a dia das lojas e precisa manter nossa população abastecida, evitando um caos ainda maior”, destaca.

Fonte Jornal do comércio
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1 comentário
  1. André Bruno diz

    Este país está de mal a pior. Agora é o governo que define o que é essencial ou não?!?!?
    Isto é vergonhoso, mas, pior é a passividade com que estes abusos são recebidos.

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