Surpresas com varejo não apagaram dúvidas sobre retomada brasileira, diz J.P. Morgan

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O forte resultado do varejo em maio gerou um “risco significativo” de revisão para o PIB do segundo trimestre, mas o ritmo de recuperação da atividade ao longo do segundo semestre ainda é incerto, segundo a equipe de pesquisa do J.P. Morgan.

Alta do varejo ampliado, de 19,6% sobre abril, foi quase cinco vezes maior que a esperada pelo banco, de 4%. “Acreditávamos que a recuperação do varejo levaria mais tempo, mesmo com o auxílio emergencial, mas a propensão a consumir parece alta”, diz o J.P. em relatório enviado a clientes.

Na avaliação do banco, as vendas no varejo foram provavelmente impulsionadas pelo auxílio emergencial a trabalhadores informais e pela antecipação do 13º a aposentados e pensionistas. A ajuda de emergência, diz, totalizou R$ 41 bilhões em maio, representando sozinha cerca de 7,5% do PIB nominal do mês.

O banco previa que os consumidores tenderiam a poupar mais – a chamada poupança precaucional – em meio ao isolamento social, o que levaria a uma recuperação mais modesta e mais lenta do consumo. Mas não foi o que se viu, ao menos em maio. “Os fortes dados do varejo podem gerar riscos positivos para a nossa estimativa de PIB do segundo trimestre”. A queda do PIB do período entre abril e junho, estimada em 51% a uma taxa com ajuste sazonal anualizada, melhoraria para -33%.

O J.P. pondera que apesar do resultado surpreendente em maio, as vendas no varejo ampliado permanecem 15% abaixo do nível pré-pandemia e, as do restrito, 7% abaixo.

Nos próximos meses, em especial após agosto, quando terá fim o auxílio emergencial, a recuperação da atividade pode ser mais lenta que o previsto neste momento, por causa de fatores como o alto endividamento das famílias, além da perda de renda.

Fonte Valor Investe
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