Chefe superansioso. Como superar?

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Por Marc Tawil, head da Tawil Comunicação e apresentador do podcast Autoperformance, na Rádio Jovem Pan

Toda as vezes que me recordo dos chefes superansiosos que tive, me vêm à mente imagens de crianças aterrorizadas — dessas que conversa alguma consegue acalmar. Como eu corro o risco de algum deles ler este artigo, serei delicado e não darei exemplos.

Chefes superansiosos são, antes de mais nada, egoístas, pois, para acalmar a ansiedade deles, passam por cima de prazos, processos e, evidentemente, pessoas.

São responsáveis por cenas dantescas, como pedir para ver trabalhos com 48 horas de antecedência, mesmo com o combinado ter sido entregar antes — ou seja, criam “a antecedência da antecedência”.

Atropelam o que eles próprios tinham alinhado, acessando diretamente clientes e fornecedores, arriscando assim um trabalho de um time inteiro.

Existem ainda os que pedem a apresentação três vezes no mesmo dia, só para arrumar aquilo que, na noite anterior, tinham aprovado (com louvor) — e acabam aprovando uma versão quase igual à original.

Ah, os chefes superansiosos…

Quando está longe, o chefe superansioso não deixa por menos: exige se fazer presente, ainda que seja por telefone ou via introdução (zero agregadora) por Zoom ou Skype. Faz sentido, afinal, sem a palavra dele, o mundo jamais seria o mesmo.

Sempre sobrecarregado, com ares que seu coração não dará conta, o chefe superansioso é controlador e, geralmente, demora para tomar decisões relevantes. Indeciso, delega sem eficiência. Demora tanto para “avaliar os prós e os contras” que, quando avisa que decidiu, o contexto mudou e seus liderados o fizeram sem ele.

Diferentemente do medo de algo ou alguém, a superansiedade do chefe assusta a ele primeiro. E profissionais assustados não conseguem confiar nos outros. Porque confiar significa correr riscos — risco de o time não cumprir as metas do jeito dele e, risco ainda maior, de cumprir melhor do que ele.

Aí seria a morte.

Todo mundo vai sofrer, todo mundo vai chorar

Companheira exigente e impiedosa que atormenta seus pares incansavelmente, a ansiedade nunca dá trégua.

Sofre o chefe, sofrem os chefiados.

E não pense que ele se enxerga dessa forma. Por ter conseguido muito na vida por conta desse comportamento obsessivo, ele entende que pedir ajuda é desnecessário, quando não perigoso, uma vez que exibirá as suas vulnerabilidades na vitrine.

Se você está sob uma gestão superansiosa, puxe seu chefe para o lado da razão. Seja positivo, ouça-o e absorva apenas aquilo que for relevante.

Foque nos fatos, e não na super ansiedade dele, e demostre como suas atitudes vêm impactando negativamente o trabalho e a empresa.

Como confiar em um terceiro já foi um enorme passo para o chefe, provavelmente, a sua conversa fará ele te enxergar de outra forma.

E isso poderá ser o início de uma cura.

 

Fonte Época Negócios
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