Como serão os supermercados do futuro

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Prateleiras monitoradas por câmeras. Sensores de cobrança automática. Ausência de filas. Espaços de convivência. Essas são algumas das características do varejo do futuro. Algumas dessas funcionalidades já foram adotadas por gigantes do varejo. É o caso da Amazon, que inaugurou sua Amazon Go no início do ano passado, sem atendentes ou caixas. Ou de redes como a norte-americana Walmart, que lançou no mês passado sua primeira loja inteligente, que faz uso de tecnologias como inteligência artificial e câmeras de rastreio, na cidade de Levittown, no estado de Nova York.

Pouco a pouco, essas tecnologias começam a ser incorporadas à realidade brasileira. Um exemplo disso é o Carrefour, que lançou, no mês passado, sua primeira linha de produtos com uso de blockchain. Com a nova tecnologia, os consumidores poderão usar QR Codes para ter acesso a informações completas sobre criação, distribuição e qualidade dos produtos de uma linha de alimentos de origem animal, por exemplo.

Os próximos passos, de acordo com Alexandre Van Beeck, sócio-diretor da GS&Consult – consultoria especializada em varejo e relações de consumo digitais – dependem da maneira com que os supermercados usarão os dados para melhorar a eficiência do negócio. “O que importa é fazer o produto chegar o mais rápido possível às mãos do cliente, atendendo às suas expectativas e preferências, com menor custo”, afirma.

A digitalização será fundamental para garantir a sobrevivência dos supermercados. “É preciso trabalhar com todos os dados disponíveis, seja do balcão para dentro (na logística e estoque) ou do balcão para fora (experiência do cliente).” Confira abaixo algumas das tecnologias que devem tomar conta dos supermercados nos próximos anos.

Customização da compra

A personalização das preferências de compra deve ser uma das prioridades das redes de varejo. “Quando sabe o que os consumidores demandam, o supermercado consegue melhorar sua oferta de produtos e rentabilizar melhor seus investimentos”, diz Van Beeck.

Constituir uma base sólida de relacionamento entre marca e cliente é essencial para o crescimento de uma empresa de varejo. “Veja o exemplo do Pão de Açúcar, que consegue manter uma relação mais próxima com o cliente, utilizando um aplicativo personalizado e abastecendo suas lojas com produtos distribuídos estrategicamente para cada região e tipo de público.”

Inteligência artificial

O consumidor moderno busca conveniência nos serviços. A inteligência artificial é uma ferramenta poderosa para facilitar as compras, otimizando o tempo e agregando valor na experiência do cliente. “Com a ajuda de um sistema de IA que entenda os hábitos do cliente, é possível entregar algo valioso para o seu consumidor”, diz o especialista.

À exemplo do que fez o Magazine Luiza com sua assistente digital Lu, o grupo GPA criou a ferramenta Carina, um chatbot personificado que tira dúvidas e dá sugestões com auxílio de inteligência artificial.

Na visão de Van Beeck, o mindset dos gestores pode acelerar ou impedir a transformação digital de uma grande cadeia. “Os maiores obstáculos para a mudança são os processos dentro das empresas, as limitações fiscais e, sobretudo, a mentalidade da liderança.”

A nova loja física

A grande disputa do momento não é pelo menor preço, e sim pela melhor experiência de compra. E é aí que a loja física desempenha um papel fundamental. “A loja de hoje deve ser um espaço de convivência”, diz Van Beeck.

Outra mudança importante: supermercados com grande áreas de estoque tendem a se transformar em hubs de distribuição, que também atendem as compras feitas pelos meios digitais. “Hoje, mais do que nunca, o setor alimentar está tendo que repensar o papel das suas grandes lojas”, afirma o especialista.

O fim do emprego?

O risco eminente do desemprego em função do avanço da tecnologia afetará apenas os funcionários que não estiverem dispostos a adaptar-se. Van Beeck diz que, ao contrário do que se pensa, os empregos não serão extintos, mas repensados de forma a executar novas funções. “Funcionários que antes eram responsáveis pelo atendimento passarão a atuar em hubs de distribuição, analisando os dados sobre os hábitos de compra dos clientes para organizar da maneira adequada a reposição de produtos nas prateleiras”.

Fonte Época Negócios
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