No Brasil, 10 milhões passaram a acessar a internet em 2017

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10 milhões de pessoas passaram a acessar a internet no Brasil em 2017, 2,3 milhões delas com mais de 60 anos. Com isso, quase 7 em cada dez brasileiros utilizavam a tecnologia no último trimestre do ano passado, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) coletou os dados suplementares sobre tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad – Contínua), divulgada na quinta-feira, 20.

A maior expansão no uso da internet aconteceu na faixa etária de mais de 60 anos. O aumento nesse grupo foi de 25,9% entre 2016 e 2017. De forma geral, os dados do levantamento do IBGE mostram que o crescimento do número de usuários de internet foi maior que o da população em geral. Enquanto o número de brasileiros com mais de 10 anos aumentou 0,8% entre 2016 e 2017. O número de usuários de internet nessa mesma faixa subiu 8,8%.

“Esse crescimento entre os maiores de 60 anos foi o maior entre todas as faixas etárias. A população desse grupo aumentou em 1 milhão de pessoas, mas 2,3 milhões passaram a usar a tecnologia” afirma a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento (Coren) do IBGE, Adriana Araújo Beringuy. A comparação mostra que 1,3 milhões de novos usuários já estavam na faixa dos mais idosos em 2016 e só agora aderiram à internet.

A troca de mensagens de texto e voz e de imagens é o principal uso da internet para 95,5% dos brasileiros com mais de 10 anos. As chamadas de voz e vídeo passaram a ser o segundo uso mais recorrente para a maioria dos brasileiros. 83,8% dos entrevistados disseram usar a rede para chamadas, 10 pontos percentuais acima dos 73,3% que declararam essa finalidade na pesquisa de 2016, e mais do que os 81,8% que declararam assistir vídeos da internet.

Apesar da abrangência e dos grandes números, as barreiras para uso da internet continuam grandes. Um em cada quatro domicílios brasileiros não tem nenhum morador familiarizado com a tecnologia e 75,2% das pessoas que informaram não acessar a internet alegaram não saber usá-la. Além disso, 30% dos entrevistados consideram o serviço caro. Na área rural, 21,3% dos domicílios ainda não têm o serviço disponível, contra apenas 1,2% dos lares na área urbana. O uso de internet entre a população ocupada é 42% maior que entre os não ocupados. No Nordeste, é quase 50% maior.

Telefone móvel

Os dados suplementares sobre tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mostram a hegemonia da telefonia móvel no país. O celular era o equipamento utilizado para acessar a internet em 98,7% dos domicílios no fim do ano passado e a banda larga móvel também era mais abrangente. Está em 78,5% dos lares enquanto 73,5% das residências têm banda larga fixa.

Na verdade, a presença de computadores e tablet nos domicílios caiu, da mesma forma que o uso desses equipamentos para acessar internet. Quase 835 mil lares no país deixaram de ter microcomputador e 814 mil deixaram de ter tablet em 2017, de acordo com o suplemento da PNAD Contínua.

A pesquisa mostra que, em 2017, o uso da TV para acessar internet nos domicílios aumentou. Passou de 11,7% para 16,1%. Já o acesso a internet por computador pessoal nos domicílios caiu quase 10%, apenas 52,3% dos lares utilizam o meio contra 57,8% em 2016. No caso dos tablet, a redução foi de 13%, de 17,8% para 15,5% das residências.

“A presença desses dois equipamentos nos domicílios vem caindo”, afirma a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento (Coren) do IBGE, Adriana Araújo Beringuy.

Segundo ela, entre 2016 e 2017, houve uma modernização do estoque de TV , embora os aparelhos de tubo ainda estejam presentes em 38,9% dos lares brasileiros. “Houve um crescimento da tela fina”, diz. No período entre a Olimpíada de 2016 e a Copa do Mundo de 2018, o número de domicílios com esse tipo de dispositivo alcançou quase 70%.

Televisão

O número de domicílios sem televisão aumentou de 2,8%, em 2016, para 3,3%, em 2017, informou hoje o IBGE, que divulgou a nova edição da Pnad Contínua sobre tecnologia da informação e comunicação. Nesse período, o alcance do sinal de TV aberta digital, porém, subiu. 79,8% dos domicílios brasileiros já tinham algum tipo de aparelho com conversor digital e 66% recebiam o sinal digital, mais que os 71,5% dos lares com dispositivo e que os 57,3% com acesso ao sinal verificados no levantamento de 2016.

“(A queda no número de domicílios com TV) É uma variação pequena, mas de fato existiu. Pode ter sido pela obsolescência de aparelhos que não foram repostos ou pela opção de não ter esse tipo de aparelho, já que a programação de TV está disponível em outros tipos de dispositivos”, explica a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento (Coren) do IBGE, Adriana Araújo Beringuy.

Na avaliação da analista do IBGE, a crise econômica pode ter afetado o setor de TV por assinaturas, cuja adesão caiu de 33,7% para 32,8% em 2017.

“Isso pode ser explicado pelo custo, pela preferência dos consumidores e pelas novas alternativas que o mercado vem oferecendo, como o caso do streaming”, diz.

De acordo com a analista, a pesquisa ajuda a balizar a política de desligamento do sinal analógico de TV aberta que, em muitos lares, é o único disponível. “A Pnad dá subsídios ao governo para saber onde pode desligar (o sinal analógico) e onde não pode”, completa.

Fonte Estadão
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